A apresentação aconteceu no Centro de Atividades Sociais da Periferia - CASP, no bairro do Congós, e contou com a presença das mulheres que participarão da etapa de formação do projeto.
Por Gil Reis/Utopia Negra Amapaense
Aconteceu na manhã deste sábado, 30, a pré-apresentação do Projeto “A Vida Sobre as Águas: racismo e meio ambiente diálogos com a realidade das periferias amapaenses”. A iniciativa idealizada pela Utopia Negra Amapaense e financiada pelo Instituto Clima e Sociedade - ICS vai ofertar formação para as mulheres que já participam do programa “Mães da Favela” da Central Única das Favelas - CUFA Amapá.
Além da formação que tocará em temas como racismo, meio ambiente e vulnerabilidade social, o projeto também prevê uma fase de pesquisa, com aplicação de questionários, para entender os impactos ambientais e sociais na vida das mães residentes do Congós. Um livro e documentários também serão lançados para apresentar os resultados do projeto.
Racismo Ambiental
Um dos objetivos do “A Vida Sobre as Águas” é fomentar o debate sobre o racismo ambiental, que é a injustiça ambiental em contexto racializado. Nesse sentido, o projeto foca no trabalho com mulheres que residem em áreas de ressaca do bairro do Congós e redondezas. Segundo Carmem Duarte, presidente do Casp, a formação oferecida ajudará as mulheres que vivem nas pontes a conhecer melhor seus direitos “Não há nada no bairro, as mulheres vivem de fazer diária, recebem uma bolsa família e ficam à beira da desinformação. Elas nunca estão inseridas, pela parte do governo não há nada. Então aqui tentamos ver como ajudar a comunidade e esse curso vem para contribuir para que essas mulheres sejam conscientizadas sobre os seus direitos”.
Outra queixa sobre a vida nas áreas de ressaca trazida por Carmem Duarte é a falta de endereços para as casas na ponte e a indiferença do Estado diante dessa situação. Para Cleiton Rocha, coordenador geral do projeto, uma das contribuições do projeto para a comunidade é o fortalecimento de lideranças femininas negras, outro é o que pode resultar dos debates fomentados durante a sua realização “Vamos tanto nessa parte pedagógica de fortalecimento de lideranças de mulheres negras e a parte da pesquisa vem para debater no estado do Amapá políticas públicas e questionar sobre a questão do racismo ambiental que atravessa o Amapá de um modo geral”.
Quem tem boas expectativas e já pensa nos frutos do projeto é a pedagoga Dayane Pena, que espera poder ajudar mais famílias com o conhecimento adquirido durante a formação “Não temos muito conhecimento nessa área, então através desse projeto, inclusive eu que trabalho com famílias carentes, vamos poder ajudar melhor essas famílias quando esses casos acontecerem, através do que vamos aprender. Vai ser um grande aprendizado”.
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